Luz, câmera e união em ação!

Em entrevista para a equipe do Ensaio Cultural, o diretor da AARTED (Associação de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão), Willian Ferreira, nos falou um pouco sobre sua visão diante da evolução do teatro em Montes Claros, já que está envolvido diretamente nessa questão. Willian é diretor e ator do grupo Grande Palco, além de dirigir a AARTED, uma associação de artistas que busca fortalecer e unir cada vez mais a cultura regional.

A AARTED tem como associados grupos de variados seguimentos artísticos, porém, nos últimos anos vem focando seus trabalhos nos espetáculos teatrais. Apesar de existirem aproximadamente trinta grupos teatrais na cidade, apenas dezenove são associados a AARTED, o que é uma barreira na democratização da cultura, pois muitos desses grupos são de regiões periféricas ou escolas. As reuniões da associação acontecem semanalmente e abordam questões como o desenvolvimento do teatro nas comunidades e a produção de cada grupo.

Para Willian, existe ainda uma relação benéfica e interativa entre a AARTED e o curso de Artes Cênicas da Unimontes, pois personagens importantes para a criação da associação são professores do curso, como é o caso de Terezinha Narciso, que foi a primeira presidente e contribuiu ativamente para o desenvolvimento das primeiras mostras teatrais na cidade.

A mostra de teatro em Montes Claros foi criada antes mesmo da existência da associação de artistas, e desde 2002 acontece com um sucesso crescente entre o público norte mineiro. Já na 9º edição, a mostra vai contar com espetáculos inéditos, o que se tornou uma forma de seleção, pois nem todos os grupos estavam preparados, como revela Willian. As apresentações irão começar a partir de 1º de julho e terão fim em 1º de agosto; enquanto não começam, os grupos se preparam e o público fica na expectativa!

Willian, que também é integrante do grupo Grande Palco, nos falou sobre outra expectativa, na verdade uma esperança, que os artistas norte mineiros têm de desenvolver seu trabalho com mais facilidade, que é o Fundo Municipal de Investimento a Cultura (FUMINC). Para Willian, os grupos tendem a realizar trabalhos cada vez melhores, mas a realidade não será tão diferente quanto as dificuldades que os grupos ainda irão encontrar, pois muitos artistas e grupos questionam o valor repassado para este investimento, que provavelmente não será suficiente para amparar de forma eficiente os projetos culturais na cidade.

Os artistas de regiões mais carentes, como o sertão norte mineiro, enfrentam uma dificuldade em comum: a captação de patrocínio. E “correr atrás”, em meio a valorização de eventos comerciais como feiras agropecuárias e micaretas, é um grande desafio. O investimento em cultura por parte de empresas reconhecidas ainda não é comum em nossa cidade, mas os grupos teatrais se unem para vencer mais essa barreira, como diz o diretor da AARTED:

“Às vezes o espetáculo sai a um determinado valor e você tem que 'correr atrás' de patrocínio. A associação tenta cada vez mais 'clarear' dentre seus membros essa questão de como buscar patrocínio, porque é muita dificuldade de se conseguir um valor para se produzir um espetáculo de qualidade.”


E é assim que a união entre os grupos artísticos vem clareando o cenário cultural norte mineiro, deixando cada vez mais visível o interesse do público, não só em teatro, mas em outros seguimentos artísticos.

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